segunda-feira, 2 de agosto de 2021

ENSINO HÍBRIDO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

          INTRODUÇÃO 

O ensino na educação básica no Brasil sempre foi proposto a ser presencial, mesmo tendo  uma revolução tecnológica mundial. No último ano fomos pegos de surpresa por uma pandemia  gerada pelo novo corona vírus. Devido ao alto contágio e por ser agressivo ao sistema  cardiorrespiratório das pessoas, o mundo precisou se adaptar ao novo normal da sociedade,  manter o distanciamento, uso contínuo de máscaras e constante higienização das mãos foram  algumas das medidas preventivas que se adotaram.  

As escolas precisaram se adaptar ao novo normal, porque crianças e adolescentes podiam  ser catalisadores da COVID-19. Um medo muito grande se criou durante a pandemia, afinal os  números de casos, pessoas internadas e morrendo devido ao coronavírus só aumentava. Para achar  uma solução para o ensino foi proposto à educação básica o ensino híbrido, realizado de forma presencial e remotamente.  

Com toda essa mudança constante e alta demanda de trabalho aos professores, o governo  do Rio Grande do Sul oportunizou uma capacitação de Letramento Digital (SECRETÁRIA DA  EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL, 2021). O novo modelo de ensino híbrido afetou os  alunos, professores, secretários, pais, diretores de escolas e líderes governamentais. O principal  intuito desse modelo é manter o distanciamento social, porém a qualidade na educação não deve  ser afetada. Segundo a Secretária da Educação do Rio Grande do Sul (2021) devido à alta desigualdade social no estado, os educadores devem realizar  adaptações necessárias para atender todos os alunos, tendo um princípio de equidade . Nesse modelo, alunos  que não tenham como acompanhar as aulas de forma virtual, devem buscar as atividades  impressas na instituição de ensino. 

Durante a pandemia, todos os componentes curriculares precisaram se adaptar, e na Educação Física não  foi diferente. Ao longo dos anos, a Educação Física parou de ser de caráter esportista e biológica,  passando a ter práticas voltadas ao desenvolvimento cognitivo, afetivo, sociocultural e motor  (RECH e FONSECA, p. 18, 2019). Ao longo do isolamento os professores criaram diversas  formas para atingir os alunos positivamente, trabalhando as práticas atuais da Educação Física  Escolar.  

Ao longo do processo educacional, remetemos a educação escolar a todo processo  formativo, mas a sala de aula é onde acontece de forma mais rápida o processo educativo  (VASCONCELLOS, p.12, 2009). Não há dúvidas que o ensino virtual afetou negativamente a  aprendizagem de muitos alunos, outros conseguiram melhorar seu entendimento em diversas  esferas.


DESENVOLVIMENTO 

O novo coronavírus que se alastrou no mundo em 2020, prejudicou diversos segmentos.  A educação foi afetada em todas as esferas, provocando adaptações constantes no ensino. Os  professores e alunos precisaram se adaptar drasticamente ao longo do isolamento social. Todos  nós tivemos que achar maneiras para absorver o conhecimento e transmiti-lo.  

Em nosso país há uma desigualdade social gigantesca. Os lugares mais carentes em  periferias, muitas vezes não tem nem saneamento básico, quem dirá ter internet de boa  qualidade. Durante a pandemia as pessoas perderam seus empregos, não tendo renda para  colocar comida em suas casas. Agora pense em uma família que está carente de alimentos, que  tem duas crianças e um adolescente inseridos na educação básica, de que forma eles irão acessar  a aula? De maneira virtual que não será, e presencial muito menos. Essas crianças poderão ir  até a escola retirar suas atividades impressas, mas a conexão direta com o professor para  esclarecimento de dúvidas, não será realizada. 

O distanciamento social se fez necessário para controlar a propagação do vírus. Ao longo  do ensino, não se mudou o objetivo final, mas apenas a maneira de como ocorre o processo  (SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL, 2021). É fundamental no  processo de ensino aprendizagem, o entendimento dos docentes no contexto no qual o aluno está  inserido. A pandemia foi boa para a educação no aspecto de evolução de ambientes virtuais de  aprendizagem, melhorando a troca de conhecimento entre professores e alunos. A falta que a sala  de aula faz aos alunos é indiscutível. 

O centro de acontecimento de trocas de aprendizagens é a sala de aula, porque é onde o  educando tem interações mediadas pela realidade (VASCONCELLOS, p.12, 2009). A  necessidade da sala de aula ficou evidente durante a pandemia. A disciplina de Educação Física  na pandemia se viu indispensável para as crianças e adolescentes, sendo um componente de alta  relevância no contexto escolar (REFERENCIAL GAÚCHO DA BNCC, p.110, 2018).  

A necessidade do movimento foi comprovada cientificamente que auxilia na recuperação  de pessoas que contraíram a doença do Covid-19. Exercícios aeróbios podem fortalecer,  prevenir e auxiliar o sistema cardiovascular caso contraia alguma doença (KRAEMER e  TAIROVA, 2011). Os professores de educação física inseridos na educação básica, precisaram  ser criativos na forma que iriam abordar seus alunos. 

A disciplina de Educação Física tem um papel fundamental na formação do indivíduo,  sendo uma matéria que potencializa e melhora o repertório motor, a capacidade de relações  interpessoais, quebras de preconceitos estabelecidos pela sociedade e vivências esportivas (RECH e FONSECA, p. 19, 2019). Durante o ensino híbrido foi necessário achar abordagens  que atingissem os alunos significativamente, mas não é uma tarefa fácil.  Os alunos jovens precisam do auxílio dos seus pais, os adolescentes por via das vezes  nem se interessam por determinada matéria. O desinteresse e falta de auxílio a quem precisa,  fará com que a educação de crianças e adolescentes seja ineficiente, havendo lacunas de  aprendizagem.  

Ao longo do ano de 2021, há possibilidade de retomada do ensino presencial, havendo a  chance de os alunos retomarem o conteúdo do ano anterior, se for essencial para o  desenvolvimento da nova matéria (SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO  SUL, 2021). Alguns pais e alunos terão medo de ir para a escola quando reabrir, outros irão se  aproveitar da situação para tirar vantagens, afinal o ensino híbrido deixou lacunas nas questões  de avaliações. Tem a tendência dos adolescentes também se aproveitarem da situação, devido  a falta de interesse na educação e não retornarem ao ensino presencial.

Durante a padronização do ensino híbrido algumas lacunas ficarão. A combinação das escolas sobre as atividades dos alunos era um assunto novo, no qual sequer algum professor havia passado. Ao longo do processo as aulas presenciais voltaram a ser realizadas, com isso alguns desentendimentos apareceram, principalmente aos alunos que estavam frequentando o ensino presencial. Atividades semanais foram cobradas no ensino híbrido, porém os alunos que frequentavam o presencial ficaram em dúvida se iriam ou não realizar esses trabalhos. Uma melhor preparação dos professores seria uma boa solução por parte do governo estadual, é de extrema importância uma capacitação constante para a melhora do ensino, sendo presencial ou não.


CONCLUSÃO 

O ensino híbrido é positivo em algumas questões, porém em outras ele aflora o lado  negativo e deixa lacunas na aprendizagem. O positivo mostrou que é necessário os alunos e  professores terem um conhecimento sobre informática e o contexto virtual. A evolução que as  escolas precisaram passar de forma virtual, deixará aspectos positivos para o andamento dos  futuros anos letivos, mas é necessário que ocorra um aperfeiçoamento em equipamentos e  qualificação dos funcionários que atuam diretamente com a aprendizagem dos alunos. 

Os aspectos negativos ficaram evidentes durante a pandemia. O ensino híbrido deixou  lacunas no quesito de avaliação dos alunos, porque em diversas avaliações o aluno poderia  consultar o material, dessa forma descontextualizada a avaliação. O questionamento sobre as  dúvidas dos alunos ficou de forma superficial, mas aqueles alunos que não tinham a  oportunidade de fazer o acompanhamento virtual, era mais escasso ainda o feedback do  professor. A falta de interesse dos alunos predominou o ensino híbrido, principalmente pelo  fato de ser cômodo e apresentar inconsistências nas avaliações deles. 

Durante esse momento de pandemia, todos nós precisamos nos adaptar ao contexto ao qual vivemos. A aprendizagem não pode parar, e com isso surgiram diversas metodologias e didáticas de ensino. Muitas maneiras do ensino híbrido vieram para se firmar mesmo após a pandemia. A praticidade de se comunicar com alguém a distância é a melhor vantagem que temos, desta forma o aluno que não se fizer presente em aula por motivos de saúde, pode acompanhar a aula de forma síncrona. O desbravamento da internet como meio de pesquisa, se fez mais presente. Devemos potencializar o lado positivo da aprendizagem, filtrar o que temos de bom e aplicar em nosso cotidiano.


Projeto de pesquisa apresentado ao Projeto de

Residência Pedagógica em Educação Física da  

Universidade de Caxias do Sul. 

Professora Orientadora: Mara Finkler Maurer.

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