INTRODUÇÃO
O ensino na educação básica no Brasil sempre foi proposto a ser presencial, mesmo tendo uma revolução tecnológica mundial. No último ano fomos pegos de surpresa por uma pandemia gerada pelo novo corona vírus. Devido ao alto contágio e por ser agressivo ao sistema cardiorrespiratório das pessoas, o mundo precisou se adaptar ao novo normal da sociedade, manter o distanciamento, uso contínuo de máscaras e constante higienização das mãos foram algumas das medidas preventivas que se adotaram.
As escolas precisaram se adaptar ao novo normal, porque crianças e adolescentes podiam ser catalisadores da COVID-19. Um medo muito grande se criou durante a pandemia, afinal os números de casos, pessoas internadas e morrendo devido ao coronavírus só aumentava. Para achar uma solução para o ensino foi proposto à educação básica o ensino híbrido, realizado de forma presencial e remotamente.
Com toda essa mudança constante e alta demanda de trabalho aos professores, o governo do Rio Grande do Sul oportunizou uma capacitação de Letramento Digital (SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL, 2021). O novo modelo de ensino híbrido afetou os alunos, professores, secretários, pais, diretores de escolas e líderes governamentais. O principal intuito desse modelo é manter o distanciamento social, porém a qualidade na educação não deve ser afetada. Segundo a Secretária da Educação do Rio Grande do Sul (2021) devido à alta desigualdade social no estado, os educadores devem realizar adaptações necessárias para atender todos os alunos, tendo um princípio de equidade . Nesse modelo, alunos que não tenham como acompanhar as aulas de forma virtual, devem buscar as atividades impressas na instituição de ensino.
Durante a pandemia, todos os componentes curriculares precisaram se adaptar, e na Educação Física não foi diferente. Ao longo dos anos, a Educação Física parou de ser de caráter esportista e biológica, passando a ter práticas voltadas ao desenvolvimento cognitivo, afetivo, sociocultural e motor (RECH e FONSECA, p. 18, 2019). Ao longo do isolamento os professores criaram diversas formas para atingir os alunos positivamente, trabalhando as práticas atuais da Educação Física Escolar.
Ao longo do processo educacional, remetemos a educação escolar a todo processo formativo, mas a sala de aula é onde acontece de forma mais rápida o processo educativo (VASCONCELLOS, p.12, 2009). Não há dúvidas que o ensino virtual afetou negativamente a aprendizagem de muitos alunos, outros conseguiram melhorar seu entendimento em diversas esferas.
DESENVOLVIMENTO
O novo coronavírus que se alastrou no mundo em 2020, prejudicou diversos segmentos. A educação foi afetada em todas as esferas, provocando adaptações constantes no ensino. Os professores e alunos precisaram se adaptar drasticamente ao longo do isolamento social. Todos nós tivemos que achar maneiras para absorver o conhecimento e transmiti-lo.
Em nosso país há uma desigualdade social gigantesca. Os lugares mais carentes em periferias, muitas vezes não tem nem saneamento básico, quem dirá ter internet de boa qualidade. Durante a pandemia as pessoas perderam seus empregos, não tendo renda para colocar comida em suas casas. Agora pense em uma família que está carente de alimentos, que tem duas crianças e um adolescente inseridos na educação básica, de que forma eles irão acessar a aula? De maneira virtual que não será, e presencial muito menos. Essas crianças poderão ir até a escola retirar suas atividades impressas, mas a conexão direta com o professor para esclarecimento de dúvidas, não será realizada.
O distanciamento social se fez necessário para controlar a propagação do vírus. Ao longo do ensino, não se mudou o objetivo final, mas apenas a maneira de como ocorre o processo (SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL, 2021). É fundamental no processo de ensino aprendizagem, o entendimento dos docentes no contexto no qual o aluno está inserido. A pandemia foi boa para a educação no aspecto de evolução de ambientes virtuais de aprendizagem, melhorando a troca de conhecimento entre professores e alunos. A falta que a sala de aula faz aos alunos é indiscutível.
O centro de acontecimento de trocas de aprendizagens é a sala de aula, porque é onde o educando tem interações mediadas pela realidade (VASCONCELLOS, p.12, 2009). A necessidade da sala de aula ficou evidente durante a pandemia. A disciplina de Educação Física na pandemia se viu indispensável para as crianças e adolescentes, sendo um componente de alta relevância no contexto escolar (REFERENCIAL GAÚCHO DA BNCC, p.110, 2018).
A necessidade do movimento foi comprovada cientificamente que auxilia na recuperação de pessoas que contraíram a doença do Covid-19. Exercícios aeróbios podem fortalecer, prevenir e auxiliar o sistema cardiovascular caso contraia alguma doença (KRAEMER e TAIROVA, 2011). Os professores de educação física inseridos na educação básica, precisaram ser criativos na forma que iriam abordar seus alunos.
A disciplina de Educação Física tem um papel fundamental na formação do indivíduo, sendo uma matéria que potencializa e melhora o repertório motor, a capacidade de relações interpessoais, quebras de preconceitos estabelecidos pela sociedade e vivências esportivas (RECH e FONSECA, p. 19, 2019). Durante o ensino híbrido foi necessário achar abordagens que atingissem os alunos significativamente, mas não é uma tarefa fácil. Os alunos jovens precisam do auxílio dos seus pais, os adolescentes por via das vezes nem se interessam por determinada matéria. O desinteresse e falta de auxílio a quem precisa, fará com que a educação de crianças e adolescentes seja ineficiente, havendo lacunas de aprendizagem.
Ao longo do ano de 2021, há possibilidade de retomada do ensino presencial, havendo a chance de os alunos retomarem o conteúdo do ano anterior, se for essencial para o desenvolvimento da nova matéria (SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL, 2021). Alguns pais e alunos terão medo de ir para a escola quando reabrir, outros irão se aproveitar da situação para tirar vantagens, afinal o ensino híbrido deixou lacunas nas questões de avaliações. Tem a tendência dos adolescentes também se aproveitarem da situação, devido a falta de interesse na educação e não retornarem ao ensino presencial.
Durante a padronização do ensino híbrido algumas lacunas ficarão. A combinação das escolas sobre as atividades dos alunos era um assunto novo, no qual sequer algum professor havia passado. Ao longo do processo as aulas presenciais voltaram a ser realizadas, com isso alguns desentendimentos apareceram, principalmente aos alunos que estavam frequentando o ensino presencial. Atividades semanais foram cobradas no ensino híbrido, porém os alunos que frequentavam o presencial ficaram em dúvida se iriam ou não realizar esses trabalhos. Uma melhor preparação dos professores seria uma boa solução por parte do governo estadual, é de extrema importância uma capacitação constante para a melhora do ensino, sendo presencial ou não.
CONCLUSÃO
O ensino híbrido é positivo em algumas questões, porém em outras ele aflora o lado negativo e deixa lacunas na aprendizagem. O positivo mostrou que é necessário os alunos e professores terem um conhecimento sobre informática e o contexto virtual. A evolução que as escolas precisaram passar de forma virtual, deixará aspectos positivos para o andamento dos futuros anos letivos, mas é necessário que ocorra um aperfeiçoamento em equipamentos e qualificação dos funcionários que atuam diretamente com a aprendizagem dos alunos.
Os aspectos negativos ficaram evidentes durante a pandemia. O ensino híbrido deixou lacunas no quesito de avaliação dos alunos, porque em diversas avaliações o aluno poderia consultar o material, dessa forma descontextualizada a avaliação. O questionamento sobre as dúvidas dos alunos ficou de forma superficial, mas aqueles alunos que não tinham a oportunidade de fazer o acompanhamento virtual, era mais escasso ainda o feedback do professor. A falta de interesse dos alunos predominou o ensino híbrido, principalmente pelo fato de ser cômodo e apresentar inconsistências nas avaliações deles.
Durante esse momento de pandemia, todos nós precisamos nos adaptar ao contexto ao qual vivemos. A aprendizagem não pode parar, e com isso surgiram diversas metodologias e didáticas de ensino. Muitas maneiras do ensino híbrido vieram para se firmar mesmo após a pandemia. A praticidade de se comunicar com alguém a distância é a melhor vantagem que temos, desta forma o aluno que não se fizer presente em aula por motivos de saúde, pode acompanhar a aula de forma síncrona. O desbravamento da internet como meio de pesquisa, se fez mais presente. Devemos potencializar o lado positivo da aprendizagem, filtrar o que temos de bom e aplicar em nosso cotidiano.
Projeto de pesquisa apresentado ao Projeto de
Residência Pedagógica em Educação Física da
Universidade de Caxias do Sul.
Professora Orientadora: Mara Finkler Maurer.
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